Universidade Federal do Ceará
Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos

O Centro de Desenvolvimento e Ensaios Farmacêuticos (CEDEFAR), laboratório vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE), da Universidade Federal do Ceará, completa 20 anos de atividades sempre se reinventando. Ao agregar, em 2018, o Grupo de Pesquisa em Nanotecnologia (GPNANO), o Centro se renovou assumindo desafios na área de inovação tecnológica. Atualmente, o CEDEFAR tem como coordenador o Prof. Luís Carlos Brígido de Moura e como vice-coordenador o Prof. Josimar Eloy, pesquisador e coordenador do GPNANO.

A mais recente ação envolvendo o CEDEFAR-GPNANO é uma pesquisa, considerada extremamente inovadora, em parceria com a Universidad Autónoma de Guerrero (UAGRO), do México, visando disponibilizar uma terapia usando nanomedicamento, com potencial de aumento da eficácia e redução de efeitos colaterais no tratamento de câncer do colo do útero.

O Prof. Josimar Eloy ressalta que o Centro tem aprovado também projetos do edital universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), no tema de nanotecnologia para tratamento de câncer. O professor cita um outro estudo que busca o desenvolvimento de um nanomedicamento para tratar câncer de próstata.

Este projeto, informa ele, é resultado de parceria com a Profª Cláudia do Ó Pessoa, do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC, e outros colaboradores, com o apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (DECIT/SCTIE/MS) e do CNPq. Ele destaca ainda convênio assinado com a Universidade de Barcelona (Espanha) para cooperação acadêmica.

TRAJETÓRIA – Já o Prof. Luís Carlos conta que o CEDEFAR foi criado “em meados dos anos 2000 para atender a um grande projeto de controle de qualidade de medicamentos preconizado pela ANVISA e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)”. Para a criação do Centro, ele revela que foi fundamental a participação direta das professoras Célia de Freitas Guimarães Praça (primeira coordenadora) e Francisca Maria Barros de Souza, e do farmacêutico Mário Luis Ribeiro de Moura.

O objetivo daquele projeto foi o de “avaliar a qualidade dos medicamentos através de estudos de equivalência farmacêutica e desenvolvimento de metodologias analíticas. Grandes projetos de fomentos foram aplicados nas universidades que tinham laboratório na área de controle de medicamentos”, relembra ele.

Entre os principais projetos executados, cita: o de Controle de Qualidade de Medicamentos Essenciais, produzidos e distribuídos pela Central de Medicamentos (CEME), através dos laboratórios oficiais produtores de medicamentos; o de revisão da Farmacopeia Brasileira para a quinta edição; e o de prestação de serviços para a indústria farmacêutica sobre equivalência farmacêutica e desenvolvimento de metodologia analítica, além de outros ligados à Rede de Insumos Medicamentos e Cosméticos (RIMEC) e à Rede Brasileira de Equivalência e Bioequivalência Farmacêutica (RECBIO).

Todos esses projetos, segundo o Prof. Luís Carlos, “foram responsáveis diretamente pela modernização de infraestrutura, aquisição de equipamentos e insumos analíticos”. Em 2015, quando o laboratório não mais realizou parceria com a ANVISA, enfrentou uma “difícil situação para encontrar um novo escopo de atividades” até se tornar o que é hoje: “um laboratório de inovação tecnológica em nanotecnologia, a pleno vapor”.

A saída surgiu, lembra ele, quando, há três anos, o Prof. Josimar de Oliveira Eloy, “com expertise em pesquisas em nanotecnologia e desenvolvimento de medicamentos”, passou em um concurso para a UFC e, em reunião no CEDEFAR, ficou decidida a formação do GPNANO, contando com toda a “infraestrutura e logística do Centro para compor o novo desafio nessa área de inovação”.

A partir de então, o Prof. Luís Carlos diz que o laboratório abriu-se à participação de atividades com vários outros centros de pesquisa, entre os quais ele destaca o NPDM, o Departamento de Química e a Central Analítica, todos da UFC; a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). E, como já mencionou o Prof. Josimar, parcerias também estão ocorrendo com instituições internacionais do México e da Espanha.

FUTURO – Diante de tantas perspectivas para o CEDEFAR-GPNANO, o Prof. Josimar Eloy adianta: “Esperamos nos consolidar como um centro de estudos em nanotecnologia farmacêutica, com visibilidade nacional e internacional, podendo captar recursos para ampliar nossa infraestrutura, e dessa forma podermos cada vez mais assumir novos desafios em pesquisa em nanotecnologia, contribuindo para a formação de recursos humanos, bem como prestar serviços de pesquisa e desenvolvimento para indústrias farmacêuticas, sempre com foco no benefício à saúde e à sociedade”.

O Prof. Luís Carlos reforça a importância do Centro na formação dos alunos: “Nosso grande desafio é a qualificação do futuro profissional farmacêutico tanto na graduação como na pós-graduação, como também na formação de profissionais para a indústria farmacêutica local e nacional”.

Fontes: Prof. Luís Carlos Brígido de Moura, coordenador do CEDEFAR – e-mail: luis.moura@ufc.br; e Prof. Josimar Eloy, vice-coordenador do CEDEFAR e coordenador do GPNANO – e-mail: josimar.eloy@gmail.com